Greve Nacional dos Correios se amplia e pressiona governo

País em ebulição: assembleias mantêm e deflagram greve

As assembleias realizadas em 16 de dezembro de 2025 confirmaram aquilo que a base já vinha sinalizando há dias: a categoria dos Correios entrou em processo acelerado de ampliação da greve nacional. Em diversos estados, os trabalhadores decidiram manter o estado de greve; em outros, a deflagração foi imediata, refletindo o esgotamento diante dos desmandos da direção da ECT e da postura do governo.


Manutenção do Estado de Greve

  • SINDECTEB
  • SINTECT/AM
  • SINCOTELBA/BA
  • SINTECT/DF
  • SINTECT/MA
  • SINTECT/JFA
  • SINCORT/PA
  • SINTECT/PI
  • SINTECT/RN
  • SINTECT/SMA
  • SINTECT/URA
  • SINTECT/AP
  • SINTECT/SE
  • SINTECT/MS
  • SINTECT/SJO

Deflagração de Greve

  • SINTECT/MG
  • SINTCOM/PR
  • SINTECT-MT
  • SINTECT-CAS
  • SINTECT/PB
  • SINTECT/RJ
  • SINTECT/SPM
  • SINTECT/VP
  • SINTECT/RS
  • Santos
  • SINTECT/SC
  • SINTECT/CE

O recado das bases é direto, sem rodeios e no melhor estilo da tradição de luta da categoria: não há outro caminho que não seja a ampliação da greve para todos os estados.


O fator tempo joga a favor da categoria

Com o recesso do Judiciário se iniciando nesta sexta-feira, torna-se praticamente inviável qualquer julgamento de dissídio neste momento, salvo a improvável convocação de uma sessão extraordinária. Na prática, isso fortalece a mobilização e desloca o centro da pressão para onde sempre deveria estar: o governo federal, especialmente o núcleo político e a área econômica.

Adiar assembleias para a próxima semana, sem consenso das bases e com as principais regiões do país já em greve, soa como filme antigo — e a categoria já sabe como esse roteiro termina. A história ensina: quando a base anda, a negociação anda junto.


As maiores bases cruzam os braços

A greve foi aprovada nacionalmente e as cinco maiores bases dos Correios estão em greve por tempo indeterminado. Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul aprovaram a paralisação sob orientação de suas direções sindicais.

Em São Paulo, a maior base do país, a história foi ainda mais emblemática: os trabalhadores aprovaram a greve contra a orientação da própria direção sindical, demonstrando que a vontade da base falou mais alto que qualquer tentativa de contenção.

Também aderiram ao movimento os sindicatos do Ceará, Paraíba, Santa Catarina, Vale do Paraíba, Mato Grosso, Campinas e Santos, totalizando até agora doze sindicatos em greve, com tendência clara de crescimento.

Como resumiu Robson, presidente do Sintect-MG:

“GREVE GERAL DE RESISTÊNCIA NACIONAL!”

Frase curta, direta e com cheiro de história sendo escrita.


Nota de repúdio escancara contradições do governo

No mesmo dia, trabalhadores reunidos em assembleia na Paraíba aprovaram uma Nota de Repúdio às declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa, feitas no âmbito do TST.

Ao afirmar que uma greve poderia levar o governo a pautar a privatização dos Correios, o ministro recorreu a um método conhecido e desgastado: a chantagem. Trata-se de um ataque frontal ao direito constitucional de greve e uma ameaça incompatível com um governo que se elegeu prometendo defender o serviço público.

Não é a primeira vez. Em julho, o mesmo ministro chegou a apontar como “solução” a demissão de cerca de 10 mil trabalhadores e o fechamento de aproximadamente mil agências. Um pacote clássico: corta empregos, fecha portas e chama isso de gestão.


Quem criou a crise não foi o trabalhador

A categoria lembra — e com razão — que medidas como:

  • a chamada “taxa das blusinhas”;
  • as mudanças no desembaraço aduaneiro;
  • a ausência de compensação pela universalização do serviço postal;
  • e a retirada de mais de R$ 6 bilhões dos cofres dos Correios

comprometeram seriamente a sustentabilidade da empresa. Se esses recursos tivessem sido preservados, não haveria discurso de crise nem necessidade de empréstimos.

O apoio dado à eleição do presidente Lula e à retirada da ECT do rol das privatizações nunca foi um cheque em branco. O sindicalismo tem memória, tradição e independência. E quando precisa criticar, critica — doa a quem doer.


A experiência ensina: privatizar piora

O exemplo da ENEL em São Paulo é didático e recente. Privatização que prometia eficiência e entregou apagões, tarifas altas e serviços precários. A história, quando ignorada, costuma cobrar juros altos.


Ampliar, Unificar e Pressionar

A greve cresce porque é justa. Cresce porque tem base. Cresce porque dialoga com a história de uma categoria que sempre soube que direitos não caem do céu — se conquistam com organização e coragem.

Agora, o desafio é claro: fortalecer a greve, ampliar para todos os estados e pressionar o governo a atender as reivindicações legítimas da categoria. Fugir da luta nunca resolveu nada. Enfrentar, sim.

E como o carteiro sabe desde os tempos do apito e da bicicleta: quando a entrega é coletiva, o recado chega mais longe.


✍️ Por Junior Solid

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