Shopee, Mercado Livre, Uber e Loggi disputam espaço até no Norte e Nordeste, onde antes diziam que não valia a pena entregar

A disputa pela última milha: setor privado tenta correr antes do “Mais Correios” chegar

O lançamento do programa Mais Correios, previsto para o dia 1º de julho, já está provocando fortes reações no setor privado. Plataformas como Shopee, Mercado Livre, Uber e Loggi estão se antecipando e acelerando investimentos logísticos para tentar ocupar espaços — inclusive nas regiões Norte e Nordeste, antes consideradas “não lucrativas”.

Esses movimentos não são coincidência. São parte de uma ofensiva calculada para dificultar a expansão dos Correios em um momento estratégico de reposicionamento da estatal.


Shopee quer entregar em até 1 dia — inclusive no interior

Em parceria com a Azul Cargo, a Shopee anunciou a expansão de seu serviço de entrega em até 1 dia útil em 100 cidades, prometendo chegar até o interior do Nordeste e regiões distantes.

A mudança é significativa, já que historicamente a Shopee focava nas grandes capitais. Agora, o foco é ampliar sua presença antes que os Correios consigam consolidar o novo programa Mais Correios, que promete logística mais eficiente e tarifas atrativas para pequenos negócios.

Esse avanço da Shopee só reforça uma pergunta: por que essas regiões, antes “esquecidas” pela iniciativa privada, agora se tornaram estratégicas?

Leia Mais: Shopee avança com entregas em 1 dia e parceria com Azul: o que isso revela sobre o mercado e o futuro dos Correios?


Mercado Livre reduz frete em até 55% para atrair empreendedores locais

Outro gigante que entrou no jogo foi o Mercado Livre, que anunciou a redução de até 55% no valor do frete para pequenos vendedores. A meta é clara: atrair empreendedores, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, para dentro de sua malha logística privada.

A iniciativa foca na “capilaridade competitiva”, algo que sempre foi um diferencial dos Correios. Agora, com a perspectiva do Mais Correios oferecer vantagens a esses mesmos micro e pequenos negócios, o Mercado Livre tenta manter seu domínio, inclusive usando incentivos de frete subsidiado.

A briga é, acima de tudo, por quem chegará primeiro no pequeno empreendedor — aquele que ainda depende do balcão da agência dos Correios do bairro para continuar vendendo.

Leia Mais: Mercado Livre reduz até 55% do frete para o Norte e Nordeste e impulsiona o comércio eletrônico regional


Uber e Loggi firmam parceria para disputar entregas com os Correios

E como se não bastasse, Uber e Loggi fecharam uma parceria estratégica para disputar o setor de entregas rápidas. O foco é usar a força da Uber nas cidades e a estrutura da Loggi para criar uma rede de entregas mais ágil, mirando a chamada “última milha”.

O anúncio acontece justamente quando os Correios se preparam para anunciar novos pontos de coleta e distribuição, inclusive com agências comunitárias e microfranqueados em regiões remotas.

A movimentação da Uber e Loggi também aponta para a tentativa de esvaziar a função pública dos Correios, transformando tudo em entrega por aplicativo, onde o lucro é o único critério.

Leia Mais: Uber e Loggi se unem para disputar mercado de entregas com os Correios


Correios: o único que chega onde os outros não vão

O que todas essas movimentações têm em comum? Elas ocorrem às vésperas do lançamento do programa Mais Correios, que promete recuperar a presença da empresa pública no mercado e garantir tarifas justas, capilaridade nacional e atendimento onde o setor privado diz que “não compensa ir”.

Vale lembrar que muitas das cidades atendidas pelos Correios não são lucrativas, e mesmo assim recebem cartas, encomendas, remédios e livros escolares todos os dias. O setor privado, por mais que finja agora se interessar, só aparece onde há lucro garantido — e pode desaparecer quando os incentivos acabarem.


Conclusão: o desafio é político, econômico e social

Mais do que uma disputa comercial, o que está em jogo é o papel dos Correios como empresa pública integradora. As plataformas privadas estão se movendo com pressa e investimento pesado porque sabem que o Mais Correios pode sim mudar o jogo.

É hora da sociedade — especialmente os trabalhadores — entenderem o que está por trás dessa “corrida pela entrega”. E mais: defender uma empresa que não visa lucro, mas sim integração nacional e acesso universal ao serviço postal.


✍️ Por Junior Solid

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