Papo Sério. ACTs do Resto do País.



Queria poder dar notícias melhores mas o mundo é isso aí. Saiu hoje o relatório do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) que analisou 340 acordos coletivos assinados nesse ano já de 2014 no quesito aumento salarial. Uma observação que vou fazer logo aqui e que vou retomar mais adiante é que esta análise é feita no valor ajustado dos salários, excluindo outros benefícios que possam ter sido negociados (PLR, reajuste de vale alimentação, integração de novos direitos, etc).


Como já dito foram analisados um total de 340 acordos. E de acordo com a tabela acima somente 7 acordos foram assinados com ganhos acima de 4%. Sim, foram só sete! Maior foi o número de acordos assinados abaixo da inflação, neste caso 9 (nove).

Logo de cara se percebi algo que foi comemorado no DIEESE. Mais de 90% dos acordos foram assinados com percentuais acima da inflação e estes ficaram sempre em percentuais muito próximos uns dos outros.

 
Na segunda tabela apresentada por este pobre escritor (há mais dados no relatório) que está com nome de tabela 3 ... temos os números em percentual de empresas que assinaram os percentuais por setor da economia. Se somarmos em todos os setores as empresas que assinaram acordos com reajuste da inflação mais 1 a menos que 4% ( inflação+ 1 ou 2 ou 3 ou 4% = reajuste) encontramos a maioria esmagadora dos ACTs.

Indo ainda mais fundo na análise do relatório e já forçando um pouco a barra vou preferir enquadrar nossa ECT em empresa do ramo de serviços com atividades de transporte, até porque neste ano foram os que melhor tiveram aumento salarial. Alguns já podem estar agora dizendo: mas pera aí, os garis no RJ e os rodoviários conquistaram mais do que isso! E eu quero lembrar que estamos aqui falando de MÉDIAS. E na média os dados são os da tabela 6 abaixo.

  

Em MÉDIA as atividades de transporte assinaram acordos com a inflação mais 2,3%! Sim meus caros amigos e vou ainda mais longe: são categorias guerreiras que conquistaram esses percentuais. Não foram 340 agrupamentos de covardes, pelegos ou despolitizados no Brasil todo que negociaram ao ponto de gerar os dados desse relatório. Foi aquilo que esteve ao alcance dessas categorias conquistar!! Vai de cada um achar que os Correios vivem a mesma realidade do resto do país, ou podem acreditar que nossa empresa esteja pior financeiramente ao ponto de quase fechar as portas, ou ainda há aqueles que vão gritar a plenos pulmões: a ECT é rica e não é afetado por isso! Queremos 300% de aumento no piso salarial e ainda mais 25% em cima de tudo isso porque merecemos isso!!! Vai de cada leitor escolher em quem vai acreditar.

O último dado relevante para esse texto no momento refere-se a tabela de acordos salarias assinados de forma escalonada. Temos para isso a tabela 9:



Por mais que a diretoria da ECT queira fazer as pessoas acreditarem que seja impossível dar mais para quem recebe menos e menos para quem já recebe mais e tem milhões de benefícios extras temos aí um dado importante. Mais de 20% dos acordos já assinados esse ano são nesse perfil! Quem ganha menos tem aumento maior e quem ganha já mais tem aumento percentual menor. Para nosso orgulho, nós ECTistas que começamos com esse tipo de acordo. Sim, como também em outras coisas boas como a influência para a atual lei de periculosidade aos motociclistas, fomos nós trabalhadores que influenciamos o resto do país a uma melhor distribuição de renda. Guardo esperanças de ver mais um aumento linear esse ano mas que tá difícil de dobrar a ECT isso tá.

Por fim, retomo o comentário inicial. Esses índices não levam em consideração o acréscimo de outros benefícios em melhor rendimento. Então, podemos trabalhar nesse ACT com propostas inteligentes para avançarmos em diversas áreas, inclusive na tabela salarial do PCCS no ano início do ano que vem.

Deixo aqui também o link para o relatório:  link.

Wilson Araujo 


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