Um tanto atrasado no
meu cronograma mas vamos lá a mais um
texto simples, sem a pretensão de reinventar a roda sindical. Uma introdução, porém, se faz necessária.
"Era uma vez um
plano de saúde na ECT que me acostumei a chamar de
mãe rica. E essa mãe rica tratava todos os seus mais de 400 mil filhos com todas as características maternas: era rápida para resolver problemas menos graves, um espetáculo de mãe se comparada às outras mães pois todos diziam que nosso
plano de saúde era melhor do que os outros, pagava sempre mais caro para que os filhos fossem bem atendidos e inclusive fazia vista grossa em relação à prole de menos caráter que fazia
caixa 2 na mesada ( e que mesada viu). Um certo dia, a família se reuniu sem os filhos e decidiu que ou a mãezona se profissionalizava na forma de lidar com seus filhos, educando melhor cada 1 deles ou iria falir a família. Óbvio que os filhos,
que não foram chamados na reunião, detestaram, fizeram ameaças, bateram e reclamaram o quanto puderam. Mas, até o momento não teve jeito pois a mãezona virou plano de saúde de
MERCADO."
Caros colegas, a grande realidade é que
temos um plano de saúde hoje igual a qualquer outro plano de saúde comum que há no mercado para aquisição. Não sentíamos isso porque tínhamos formas de agir diferente no
CorreiosSaúde e como já explicado tínhamos um plano de saúde
"melhor que os outros". Menos rigor, mais gastos, menos controle em cima dos preços e nos procedimentos realizados. Como cliente nunca nos importamos com essas características porque
os zangados eram os administradores do plano de saúde, que tinham de acompanhar os gastos. Agora se inverteu a situação. Nós, clientes do plano estamos zangados porque problemas comuns a qualquer plano de saúde (para não dizer
DE TODOS OS PLANOS DE SAÚDE) nos afetam enquanto a economia tem sido feita nos cofres administrados pelos chefes da ECT para a alegria do patrão.
Explicado isso vamos ao que interessa.
Nas negociações de mesa paritária existirão 3 grupos de pedidos.
Os impossíveis para o momento: são os que não tem a menor condição de serem atendidos como inclusão de tio/tia, sobrinho(a), primo(a), cachorro, papagaio e periquito como dependentes,
retirada total do compartilhamento deixando como gratuito o uso, instalação de uma clínica em cada cidade onde tiver funcionário da ECT, etc.
Os que não devem ser negociados: nesse estão a atual tabela de compartilhamento, a permanência de
pai e mãe no plano de saúde, colocação de
limite financeiro para gasto do plano por pessoa, etc. Isso está no ACT e não pode entrar ou sair, como a inclusão de mensalidade, criação de plano de saúde especial para determinado tipo de funcionário ou
retirada de direitos.
Finalmente, os itens que
podem e devem ser debatidos. Para estes
vou citar 3 mesmo tendo sido advertido que mudar para o nível de referência está mais para
impossível.
Rede credenciada: é possível sim estabelecer
compromisso da ECT, como gestora do plano, em ofertar toda a rede credenciada à qual os trabalhadores tem direito no plano de saúde mesmo que isso signifique ter de fazer
parcerias com outros planos de saúde ou entidades de saúde nas áreas remotas. As normas da ANS elencam que nosso plano de saúde tem por obrigação oferecer tratamento especializado para uma grande variedade de especialistas. Então esse assunto tem de ser
debatido e solucionado em mesa.
Nível de referência: hoje, nosso plano de saúde é o
segundo melhor nível proposto pela ANS. Há um formato de plano de saúde ainda melhor chamado
Plano de Referência. Isto aqui que me alertaram ser impossível alterar no momento pois
gastaria demais cobrir os outros procedimentos e especialidades à nível nacional mas pode e deve sim ser discutida em mesa.
Não dá para melhorar sem gastar mais.
O último assunto são
os prazos para liberação de procedimentos: em cada coisa feita há prazos diferentes. marcar consulta com especialista é um prazo, marcar com clínica clínico geral é outro prazo,
liberar uma cirurgia eletiva é diferente de
liberar uma de urgência que é diferente de
liberar uma de emergência. A proposta é reduzir os prazos estabelecidos como máximos pela
ANS para um terço (1/3) dos atuais. Por exemplo, o plano de saúde passaria a ter de liberar uma cirurgia eletiva não mais em no máximo
21 dias úteis mas em 7 dias úteis. É perfeitamente possível isso mas tem de se ter uma estrutura bem maior do que hoje há no plano de saúde.
Viram??? Dessa vez foi um texto
bem legível até porque quero colocar aqui mais uma questão sindical que não está no
título do texto.
Como já citei no texto anterior a este a
FENTECT estará na reunião chamada
CONSIN, onde estarão 1 pessoa representando cada sindicato e mais a diretoria da FENTECT. Supondo que a FENTECT venha não querer participar das negociações da mesa paritária de qualidade no plano de saúde com a FINDECT pode-se presumir que haja
ameaça de greve inclusive. Motivos existem aos montes para isso.
O fato curioso é que se for chamada a greve a
responsabilidade da FENTECT é maior. Estarão em momento temporal de grande pressão que é
Dezembro, estarão empolgados com a suspensão da
FINDECT, com justos motivos de fazer a greve e com uma decisão intrigante sobre a
PLR para declarar já. Porém, é certo dizer que a FINDECT não entrará em qualquer greve nesse período de Dezembro a não ser que aconteça
algum fato atípico. Minha tese é de que, mesmo a FENTECT tendo todos esses elementos a seu favor, falhará ao realizar greve
pois não terá a FINDECT junto. As bases da FINDECT não sairão em greve e
várias da própria FENTECT também não farão paralisações.
Sendo assim,
boa sorte nas decisões. Eu preferia que deste
CONSIN não houvesse greve em Dezembro e que a FENTECT ficasse com as ações de
luta diversas durante o fim do ano, fossem elas quais fossem. Caso não participem da mesa de negociação por exemplo, uma das ações que com certeza vai acontecer é a de haver uma
manifestação contra a mesa no dia da reunião. Observarei muito bem cada consequência das decisões tomadas até aqui, pois vou preferir acumular forças quanto ao discurso de necessidade da união do que insistir em algo
impossível para o momento. Quem sabe os resultados deste fim de ano não levem a uma reflexão do tema???
Wilson Araujo
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