Brasil em crise e a ECT? Vai bem, obrigado.

Brasil em crise e a ECT? Vai bem, obrigado.
Batalha do ACT chegando, é hora de tirar a poeira da espada, recarregar a pistola e programar as bombas atômicas para explodir em favor dos trabalhadores. Para isso, voltamos com o blog \o/

Temos um cenário brasileiro e mundial interessante. Inflação subindo devido ao aumento dos preços nos insumos, reajustes nos produtos acima da inflação aproveitando a onda de descontrole inflacionário, mercado consumidor buscando formas de aquisição mais baratas, ajuste fiscal e instabilidade nas disputas de poder. Um cenário trágico para o governo mas ... isso é trágico para O governo.

As medidas tomadas até aqui pela equipe econômica do Chicago Boy  Levy e seus cortes de orçamento atuaram na ECT deixando o capital de investimento/custeio a ser executado no ano de 2015 igual ao de 2014 (em algumas contas não teve reposição inflacionária e em outras foi até menor do que o ano anterior). No fritar dos ovos, o omelete ficou quase do mesmo tamanho mas alimentando menos já que o poder de compra liberado perdeu força devido a inflação.

Avassalados por uma guerra com o congresso que vai durar muuuuuuito tempo, o governo abriu as pernas para as empresas e retirou alguns privilégios. Isso afetou os mercados da ECT??? NÃO!!!

Houve redução em incentivo na desoneração de folha no quesito previdência. Ao invés de surfar nessa onda na época a ECT não participou da desoneração para não criar problemas de caixa ao governo. Então essa redução não afetou em nada a ECT. Esse era um dos privilégios para as empresas que foram "reduzidos".

Em contra partida, a ECT recompôs seus preços de produtos, está completamente inserida nos mercados postal, financeiro, logística e encomendas (logística ainda engatinha, admito eu). Muitos apressados vão dizer que o mercado postal está em crise. Rebato dizendo que esse declínio não vai ocorrer do dia para a noite. Se a receita desse seguimento mensagens somente aumentou perto de 3% (abaixo da recomposição da inflação) isso muito mais se deve ao congelamento da tarifa do que declínio do número de mensagens. Que tenho lá minhas dúvidas de já terem começado a cair mas acredito que não diminuíram ainda.

E os outros mercados de onde tiramos dinheiro como estão??? Vão muito bem, obrigado. Se não crescemos mais é por pura má gestão e vou dizer depois porque. No mais fácil deles (mas não menos competitivo) é fácil provar que o mercado financeiro/bancário continua a pleno vapor. Não existe setor no Brasil que sempre lucre mais. No mercado de logística, temos o lançamento de ao menos 2 planos de desenvolvimento desse mercado no macro contexto nacional. E o mercado de logística cresce  entre 13 e 20%. Muito acima da inflação. Cresce tanto que não conseguimos acompanhar o crescimento. O mesmo "fenômeno" acontece com o mercado de encomendas. Em um mercado onde tem empresas que cresceram 30% e com o e-commerce médio aumentando 20% somente abocanhamos próximo a 10% de incremento na receita do ano anterior com esse mercado. Regra aqui de contenção nos preço explica em partes isso também.

Mas em resumo, o mercado tem crescido mais acelerado do que temos conseguido acompanhar já que os clientes tem buscado mais os serviços onde a ECT está inserido. Foram quase 9% de novos clientes na ECT!! Carteira de 82 mil clientes com contratos!!! Poderíamos ter crescido bem mais, pelo menos no mesmo nível do mercado médio!!!

E porque não conseguimos crescer mais?? Tem uma cambada de canalhas que culpam os trabalhadores por estarem doentes. Outros culpam a crise que em nada afetou os setores de mercado onde a ECT está inserida. Tem aqueles que dizem haver problemas na política de FHC que não controla a ECT ou o MiniCom a pelo menos 13 anos. Não preciso dizer o quão absurdo são essas suposições. E é claro que tem aqueles que dizem termos uma folha de salário mais benefícios pesada, incompatível com o mercado e que os trabalhadores reclamam de barriga cheia. Esses são os mais detestáveis.

Para elucidar melhor essa questão apresento a vocês um quadro simples que está disponível no site da ECT.

Investimento, a capacidade da empresa de ampliar o que tem.



Como toda empresa pública no Brasil a ECT tem dificuldades de gastar em novos negócios e aquisições. Mas essa gestão tem batido recorde de faltas na incompetência.  A dotação orçamentária na primeira coluna de cada ano era quanto de dinheiro foi planejado para gastar naquele tipo de conta. Cada conta tem um grande número de ações dentro delas, é um conjunto. Exemplo: se em 2014 na conta Adequação da Infra-Estrutura de Tratamento / Distribuição e Logística gastamos só 5% do planejado é porque havia 27 milhões de dinheiro disponível para isso mas foi gasto somente 1,4 milhões no ano. Mas para financiar outros "muy amigos" tem dinheiro escorrendo pelo ladrão (perdão pelo trocadilho :)

Imensa parte de nossos problemas está nos problemas de falta de potência para acompanhar o mercado e está bem aí a explicação.

Mas pera aí (diz você). Aí só estão alguns milhões dos bilhões da ECT. Cadê o resto??

Os outros bilhões estão aqui.




Despesas correntes, são pagamentos realizados dentro do ano em exercício, ou seja pagamentos do que planejamos e já executamos a alguns anos. Somos tão dependentes de nossos fornecedores que uma das maiores contas que temos é com eles. E todo mundo sabe como é a relação com nossos "parceiros", Quem nunca passou raiva com os sistemas da ECT, com atrasos de fornecimento e problemas incorrigíveis com fornecedores que se apresente agora ou se cale para sempre.

Por fim termino com uma questão. A ECT em todos os seus planos estratégicos pretende crescer mais em receita e diminuir o percentual gasto do total disso na conta de pessoal e encargos. Inclusive notem que atitudes suicidas como o PDIA sem concurso e Postal Saúde entram em salários e encargos. Estamos pagando para sermos massacrados. O postalis que o diga. Voltando ao tema, se a ECT gasta hoje 60% da receita total que consegue vendendo produtos e serviços ela quer aumentar a receita em muito e aumentar pouco os pagamentos, diminuindo esse percentual para 55, ou 50, ou 45%.

Então estão aí os desafios. Se a ECT crescer os trabalhadores tem de crescer junto. Tanto em investimento quanto em salários. Estabelecer um percentual mínimo de gastos da receita com o recursos humanos é fundamental para a ECT não gastar o dinheiro que é nosso com planos exorbitantes. Se a ECT quer continuar sangrando, vamos acabar sangrando juntos. A escolha é da diretoria da empresa, governo federal e trabalhadores.

Wilson Araujo

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