Tema do Dia - Questões Financeiras
Balanço do Processo Negocial, segundo o VIGEP.
O Vice - Presidente de Gestão de Pessoas - VIGEP iniciou a reunião fazendo um balanço do processo negocial, parabenizando as partes por terem dialogado com respeito e cordialidade. Enfatizou sobre a disposição dos Representantes dos Trabalhadores em estar em Brasilia, distantes de suas famílias, buscando o melhor para os empregados no que se refere ao ACT 2016/2017. Na oportunidade, afirmou que a proposta financeira, assim como as demais propostas já apresentadas, está de acordo com a situação econômica da Empresa. Na sequência, foi apresentada proposta financeira dos Correios.
A Representação da Empresa falou sobre a dificuldade da Empresa em proporcionar melhorias no Acordo Coletivo de Trabalho - ACT, haja vista o cenário de fragilidade vivenciado pelos Correios.
Dados Financeiros
Durante a apresentação, foram informados os dados Financeiros e, a Representação da Empresa destacou que, apesar de haver aumento na receita, concomitantemente, o aumento das despesas tem superado ao da receita, o que tem gerado déficit no caixa dos Correios.
A Representação da Empresa apresentou o comportamento da despesa de pessoal em relação ao total das despesas e receitas referentes ao mês de julho/2016, e o acumulado de janeiro a julho/2016. Destacou que a despesa total com pessoal é de R$ 7,6 bi (jan à jul/2016), que representa 71,5% da receita de vendas e 63,2% da despesa total. Destacou ainda o prejuízo acumulado ate julho/2016 de R$ 1,1 bilhões. Salientou que em torno de 70% das despesas é com a folha de pagamento, 15% com saúde e 14% com benefícios. Considerando esse contexto, afirmou que a proposta de reajuste da Empresa levou em consideração o equilíbrio econômico (receita x despesa) dos Correios e o limite estabelecido pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais - SEST/MP para reajuste nas Estatais, que seria o índice de inflação medido pelo IPCA (8,74%) nos últimos 12 (doze) meses, menos dois. Assim sendo, como proposta de reajuste salarial e dos benefícios, a Empresa apresentou o índice de 6,74%. Informou ainda que, devido à situação de fragilidade, a proposta de redução no quantitativo dos tickets alimentação está mantida (de 30 para 27; e de 26 para 23). Ressaltou que o custo da proposta da Empresa é de R$ 475 milhões no período de ago/2016 à jul/2017. Posteriormente, o VIGEP informou que está sendo realizado um empréstimo pelos Correios para honrar com os salários dos empregados, que deve ser pago com as economias advindas dos cortes que serão necessários e que, futuramente serão necessárias outras medidas no intuito de manter o equilíbrio financeiro da Empresa.
A Representação dos Trabalhadores, por sua vez, reivindicou que seja considerada a sua pauta de reivindicações. Afirmou ainda, que a proposta apresentada não configura reajuste salarial, pois sequer recompõe a inflação do período, solicitando que a Empresa considere como indicador de recomposição o INPC (9,56%) do período e não o IPCA. Afirmou que a proposta da Empresa não contempla a reivindicação dos trabalhadores, e que o conjunto do apresentado, cláusulas sociais, benefícios e reajuste salarial, está aquém do esperado. Salientou ainda, que o piso salarial da categoria dos Correios (NM-01) R$ 1.284,85 é inferior ao praticado no âmbito do Poder Executivo onde o piso do nível intermediário está em torno de R$ 3.646,00. Destacou o conjunto da proposta da Empresa, que retira direitos e benefícios conquistados em acordos coletivos passados, com algumas exceções, não havendo avanços nas Cláusulas e reivindicou melhorias. Solicitou ainda, que a Empresa implante a Entrega Matutina em todas as unidades e que haja avanços nas Cláusulas Sociais, além de retirar as propostas apresentadas que contem prejuízos aos empregados.
A Representação dos Trabalhadores informou que recomendará a rejeição da proposta da Empresa nas assembleias, e afirmou que a Direção dos Correios será responsável pela maior greve dos Correios da década caso não melhore suas contra-propostas. Como exemplo, citou o acordo fechado pela Eletrobrás, contendo inclusive PLR, mesmo tendo prejuízo no ano passado, e que a proposta apresentada pelos Correios não considerou o INPC de 9,56% para o período. Ressaltou que os empregados estão há anos com perdas salariais e que os cortes realizados pela Empresa têm grande impacto para cada um dos trabalhadores. Afirmou que o reajuste apresentado não É aumento salarial, pois sequer corrige a inflação e solicitou que os Correios considerem a pauta de reivindicações das Federações. Enfatizou que a proposta financeira apresentada, associada ao banco de horas e à flexibilização da jornada de trabalho, com proporcionalidade na remuneração, não condiz com as reivindicações dos trabalhadores. Nesse sentido, afirmou que a mobilização com outras categorias será inevitável. Afirmou, ainda que a greve que se configurará dentro de alguns dias será de responsabilidade da Direção dos Correios. Afirmou que, na proposta da Empresa, há redução de 3,9% no vale alimentação (de R$ 1.064,00 para R$ 1.023,00) e recomposição salarial de apenas 2,20% (a considerar o aumento no compartilhamento em 4,5% no VA/VR). Enfatizou que no histórico dos Acordo Coletivos, a categoria tem perdido direitos. Reivindicou o retorno da autogestão do CorreiosSaúde, extinção da Postal Saúde e da CorreiosPar e dos patrocínios, redução dos altos salários da Empresa.
A Representação dos Trabalhadores volta a repudiar a proposta, pois enquanto a grande maioria dos trabalhadores de base recebem em torno de R$ 30 mil/ano, o alto escalão recebe acima do teto constitucional (mais de R$ 40 mil/mês). Salientou que os empregados não podem pagar a conta de uma má gestão. Destacou que a Empresa nunca apresenta uma proposta em definitivo, que sabe que a partir da primeira proposta, sempre é possível obter avanços e sugeriu que os Correios comecem de fato o processo negocial a partir de agora.
A Representação da Empresa informou que os Correios foram entregues à atual gestão com um grande prejuízo, em torno de R$ 2,1 bilhões. Afirmou que nos últimos 12 anos, a Empresa não apresenta lucro operacional e que foram retirados, pelo Governo Federal, quase R$ 4 bilhões do capital da Empresa Afirmou que medidas duras estão sendo tomadas, com cortes de altos cargos e que, a exemplo disso, outras medidas serão efetivadas no intuito de equilibrar a situação econômico-financeira da Empresa. Destacou o novo cenário político do pais e a necessidade de lutar pela manutenção do emprego, pois não há de se falar em avanço em direitos, se não for conseguido o
minimo, que é o emprego de todos. Na oportunidade, enfatizou que no período de 2003 a 2015 a inflação acumulada (IPCA) foi de 129,70%, e que o reajuste salarial nos Correios, registrou 182,09% e que no menor salário houve acréscimo de 250%. Já em benefícios, esse registro foi de 255% (média) de evolução. Enfatizou que essas informações foram disponibilizadas pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais - SEST/MP e que os dados serão disponibilizados pela Empresa aos representantes dos trabalhadores.
A Representação dos Trabalhadores solicitou que fossem disponibilizados os dados de pelo menos 20 anos para efeito de comparação. Reiterou que estão à disposição para seguir com as negociações e buscar avanço nas cláusulas e reajuste salarial.
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