Lutemos. O Campo de Batalha.

O texto abaixo é uma opinião pessoal cabendo unicamente ao responsável pelo texto as consequências desta publicação. E ao JC também por ser quem me chamou pra escrever aqui e me convenceu a me meter nessa história de blog KKKKKKKKKKKKKKKKK.

Estamos em um momento impar em nossa história. Como dito no texto anterior a este Limites de uma contraproposta jamais afirmei que lançar contraproposta faz milagre. Nunca enganaria os ECTistas e os leitores do blog desta maneira. Acredito que a releitura do texto, agora que foi lançada a contraproposta, mostra claramente que não existe tarefa fácil quando se luta por direitos trabalhistas. O que espero é receber dados, se é que estes vão aparecer, demonstrando que foi possível mobilizar ainda mais gente disposta a batalhar nesta guerra. O tempo e os fatos mostrarão se estou certo ou errado.

Dando continuidade a análise, vamos escrever hoje um pouco sobre o campo de batalha. A começar vamos ao mais importante e habitual destes campos: os trabalhadores paralisados em greve.

Historicamente esta sempre é e sempre será a maior arma dos trabalhadores. Não existe nada que gere maior impacto junto ao patrão do que parar a produção, levando a expectativas de prejuízos tão grandes que caso não divida parcela maior do seu lucro com os trabalhadores poderia lhe causar até mesmo o fechamento por completo de suas atividades. Sim, greve é um mecanismo que força o administrador da empresa a pagar aos grevistas, lucrando menos do que queria e isso aumenta o salário do funcionário operacional que se esforça para realmente produzir. É também a ferramenta de luta mais próxima do trabalhador e a que depende mais de números. Quando a adesão é completa se tem a expectativa de que os problemas se resolverão rápido pois o patrão rapidamente se dá conta de que os prejuízos são imensos. Greves causam inconvenientes a população que passa a pressionar os donos das empresas a resolverem logo seus problemas e voltarem a prestar serviços de qualidade para o povo. Isso todos sabem e entendem esses conceitos muito bem. Vamos então às outras áreas.

Campo da comunicação.


Até o início da década de 90 esse era um sério problema em qualquer greve, principalmente as nacionais. Várias vezes vimos os mandatários encerrando a greve dos trabalhadores com matérias de jornais ou telejornais afirmando que a paralisação havia encerrado. Informações demoravam dias para chegar. E várias eram as pessoas que se utilizavam do monopólio da informação para se beneficiar, pois os trabalhadores de base ficavam completamente dependentes do que os seus sindicatos informavam. Isso dava uma vantagem imensa também para a empresa que utilizava de seus informes internos para desmobilizar as categorias. Hoje, vencemos esse problema quase que por completo utilizando as redes sociais e mensagens de celular. Ligações em planos até mesmo de DDD a custo baixo hoje são ferramentas sensacionais que nos permitem quase que anular a empresa neste campo. Ponto nosso.

Campo da competência técnica.


É comum observarmos até hoje acusações contra lideranças sindicais de que estes seriam incompetentes e de pouco (ou nenhum ) estudo. O que acontece é que as lideranças sindicais não tem respostas para todos os problemas e muito menos superpoderes para heroicamente (ou magicamente) resolver as dificuldades dos trabalhadores. Não é porque ele foi votado ou porque o trabalhador confia em seu líder sindical que este vai passar ao status de semi deus resolvendo pendências históricas. Quanto a falta de conhecimento temos nisto um problema complicado de resolver. Geralmente o líder sindical gosta da característica "capacidade de convencimento para mobilização". O que é ótimo pois quando aplicado inteligentemente e com valores éticos leva a grandes vitórias dos trabalhadores em enormes greves. Temos neste exato ponto um problema sério onde as ideologias partidárias ou pessoais acabam falando muito mais alto do que a lógica. Tenho plena certeza que não preciso citar exemplos disto pois  vemos anualmente muita gente afirmando categoricamente que as empresas tem por obrigação pagar salários dignos e benefícios exemplares aos seus trabalhadores mas esbarram na parte técnica do assunto. Não adianta nada dizer que merece ter ou ganhar direitos sem conseguir determinar como e quanto vai ser gasto nisto, principalmente declarando de onde vai sair os recursos. E olha que os recursos existem mas precisam ser apresentados, ou seja, descobertos de onde estão escondidos. Estamos evoluindo neste ponto.

Campo político.


Parte espinhosa do assunto. Em nosso caso específico é ainda mais complicado ter de lidar neste campo pois é de importância alta. Querendo admitir ou não, estamos em uma ESTATAL ADMINISTRADA POR POLÍTICOS. O que nos faz ter que lidar com estes, suas convicções, seus partidos e seus eleitores. Não há como ser facilitado o trabalho técnico e de mobilização sem os famosos trabalhos de bastidores políticos. Bem aí temos o problema onde a falta de ética, moral e o medo de desagradar seus padrinhos políticos falam muito alto. A falta de interesse em ir convencer os políticos a agir a favor do trabalhador e os desejos eleitoreiros de auto valorização são indiscutivelmente presentes neste campo.
Porém é como já disse: tem que se fazer política em uma estatal se não as coisas não avançam!!! 
Neste campo não basta novamente deixar tudo nas costas de seu líder sindical. Muitos, muitos mesmos, são os trabalhadores ECTistas que conhecem ou trabalham junto a pessoas influentes, desde artistas, lideres comunitários, movimentos sociais, entregam cartas a juízes, desembargadores, promotores, tem ligação com coronéis, majores, brigadeiros, por fim são próximo a prefeitos, deputados, senadores ... Ou seja, você ECTistas comum pode ser o diferencial que falta nesta luta. Convença sua pessoa influente próxima ou que tenha contato rápido a estar do nosso lado pressionando o governo federal nesta briga para pagar justamente os trabalhadores!!! Cabe esta responsabilidade a todos.

Campo espiritual.


Não abro mão de citar este campo de luta. Sou religioso e creio no que é dito pelas tradições cristãs e em Jesus como senhor de tudo. Então, mesmo eu não sendo o melhor exemplo de cristão do mundo creio que sem a intervenção espiritual não é possível avançar consistentemente em nada na vida. O mesmo se aplica a este caso. Tenhamos fé que muito pode Deus acima do que os homens podem enxergar. Que mesmo em situações muito piores Ele já agiu milagrosamente pelos que tem coração contrito a Ele.
Então todo aquele que crê sempre remete a Deus, as vitórias alcançadas. Nesta batalha não pode faltar este elemento. 

Conclusão.


Muita coisa tem se dito. Uma coisa é clara: as forças dos trabalhadores andam bem quando há times trabalhando de forma alinhadas. Quem mobiliza mobiliza, quem comunica comunica, quem negocia politicamente negocia, quem cuida das finanças (item não mencionado por que não tenho conhecimento suficiente neste campo) administra, quem diverti durante a greve diverti (outro campo que não citei porque sou uma mala sem senso de humor) e quem crê ora. As vezes as pessoas são boas em mais de 1 campo. As vezes as pessoas colaboram em mais atividades não listadas aqui. O importante é juntos colaborarem, em verdadeira união. Então vamos a reflexão sobre tudo o que temos feito e como temos feito.

Havendo qualquer objeção ou acréscimo por favor se expresse nos comentários. Vai ser um prazer conversar com você e ler sua opinião.

Obs¹: sou responsável por aquilo que escrevo e não pelo o que você entende. Então se qualquer mané quiser vir dizer que mudei de opinião ou que "por detrás destas palavras há intenção X ou Y" que seja ao menos com argumentos coerentes. Afinal de contas mantenho a mesma linha de pensamento a bastante tempo. 


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