Lealdade: Princípio Básico de Qualquer Relação

Depois de algum tempo coletando informações, opiniões, estudando e observando o desenrolar de nosso cenário sindical aqui estou eu de volta, caros leitores. Como de costume agradeço a Deus por ter guardado minha vida nas piores situações, aos meus colegas sindicais que confiam em mim, nos colegas de trabalho ECTistas por todo o país que não se envolvem nas questões trabalhistas mas torcem por meus textos. Lembrando que as opiniões expressas aqui podem e devem ser questionadas por quem quiser.

Bom, dessa vez não vou situar o caro leitor sobre o cenário sindical. Irei ao título que está acima destas poucas linhas pois é de extrema relevância este adjetivo para o momento. Em todas as sociedades as relações entre os homens, os grupos, com as entidades e até mesmo com o sobrenatural se faz indispensável a criação de pontes, ligações entre os que conversam, sentimento de que será possível confiar que algo vá ser honrado, tendo como princípio a lealdade. Lealdade é, inclusive, o que mantém firmes os homens às suas doutrinas, a seus chefes, aos seus próprios propósitos. Em nosso caso, temos sindicalistas que deveriam ser leais a suas bases e patrões que deveriam ser leais à sociedade por serem agentes públicos. E é obvio que estes artigos hoje estão sendo cada dia mais questionados por todos. As máscaras tem caído cada vez mais ...



Apoiado na cláusula 13, parágrafo único, trago aos colegas o documento público que me foi repassado por colega que esteve presente na reunião do dia 27 de Novembro.


Documento 27/11/13



Sim senhores, acima de qualquer coisa tenho um princípio que somente eu compreendo de lealdade com o que acredito ser o bom jornalismo. Então, doa a quem doer (normalmente doe em mim através de ameaças) acabo divulgando as informações que julgo importantes para o momento ECTistas. Diante do antigo documento, não houve grandes mudanças, mas pareceu bastante enxuta esta versão final assinada. Não tenho como afirmar sobre sua validade pois não faço ideia da quantidade de assinaturas se fazia necessária para tal.

Indo agora para o campo sindical de nossos representantes eleitos (os presidentes de sindicatos), temos uma situação extremamente confusa. Não muito diferente do que já foi narrado nos textos anteriores diga-se de passagem. Mas o comportamento mais clássico, estranho e broxante veio da diretoria da ECT. Depois de falar em negociação, amigável, ampla e com evolução para os trabalhadores esta mesma diretoria da ECT decide que vai implantar o postal saúde sem ouvir, negociar ou tratar do assunto anteriormente sequer com a mesa paritária propriamente dita. Sim, caríssimos amigos, me sinto como mulher de malandro, apanhando do marido e ainda tendo a obrigação de viver com ele. Que relação é essa mais doentia que quer se formar assim com a ECT batendo e dizendo que tá tudo bem? Dando porrada no assunto de maior interesse no momento para os trabalhadores e impondo as coisas "do seu jeito, sem ouvir mais ninguém" é que querem negociar amigavelmente?

Através de comentários lidos nas redes sociais, chegou aos meus olhos a informação de que o postal saúde será instalado em Dezembro no Mato Grasso do Sul, que até o início do ano que vem estará em todo o país e que boa parte da implantação já está na etapa de transição, em estagio adiantado. É bom lembrar que há uma sentença normativa que insinua diversas interpretações mas em nenhuma das interpretações é possível entender que a empresa pode fazer tantas mudanças sem ao menos ter realizado as ditas reuniões de mesa paritária. Aqui, eu gostaria de realmente lembrar os colegas (especialmente os da FENTECT) que a mesa paritária é uma OBRIGAÇÃO dos dois (2) lados e não um enfeite jogado ao acaso pelo TST. Meramente dizer "não ao postal saúde" também não é aceitável, pois sendo levados os 58 pedidos referentes ao plano de saúde da pauta retirada no CONREP novamente teremos intransigência dos dois (2) lados. É possivel atender alguns itens mas não todos. E nessa caso, teremos o plano de saúde piorando cada dia mais (intencionalmente ou não) além de não vermos os debates sobre saúde caminharem. Porém, é claro que ninguém fica confortável em negociar com quem não liga para o que dizemos e este é o caso que a ECT tem realizado contra seus trabalhadores.

Não torço contra as negociações. Torço para que elas evoluam no bem de todos. Mas é inegável que no caso de implantação do postal saúde em Dezembro haverá a reação automática de greve no país. Não sei se será grande ou pequena. Não sei inclusive se é possível impedi-la na reunião do dia 11 e/ou 12 de Dezembro. O que sei, é que mesmo com todo o discurso de esquerda, com todos os problemas de relacionamentos e até mesmo com os preconceitos firmados, os sindicatos compareceram às reuniões, armados até os dentes e com sangue nos olhos mas foram lá. As bases de cada um destes sindicatos não esperavam por menos de seus representantes pois sindicatos são para lutar incondicionalmente pelos trabalhadores. Representa-los bem em negociações mas chamar a greve quando as negociações vão mal.

Já da parte da empresa, temos nebulosos interesses sendo predominantes nesta relação desleal para com o trabalhador. Como pode uma empresa dizer que quer negociar sem privilegiar o diálogo em todos os temas importantes? Isto com certeza não é servir à sociedade. A greve não é um assunto que tem sido buscado pelas entidades sindicais como se fosse brincadeira ou inconsequência e sim uma reação natural às atitudes que estão sendo tomadas por pessoas que não entendem nossa forma de pensar, nossas prioridades e os interesses dos trabalhadores da ECT. A culpa da possibilidade de greve é exclusiva da ECT.

Finalizando, eu imagino que o tema postal saúde seja brevemente debatido em cada reunião regional e que no dia 11 ou 12 comece um entendimento mais razoável sobre o assunto, começando por um pedido de desculpas sendo realizado por esta diretoria da empresa pela tentativa de forçar mudanças aos trabalhadores das quais estes não concordam e sequer teve a sentença normativa respeitada quando fala de negociação. Pois, se assim continuar, o caminho mais do que consolidado para estas reuniões nacionais será o pleno esvaziamento da mesa já que uma coisa é sentar com o patrão para avançar em conquistas e outra coisa é sentar para apanhar do patrão concordando com isso. E esse tipo de comportamento quem trabalha nos Correios não deixa barato.

Wilson Araujo


Postar um comentário

0 Comentários