Os Correios voltaram ao centro das discussões econômicas devido ao impacto financeiro dos últimos anos. O presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, reuniu-se nesta sexta-feira (31) com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para apresentar a atual situação da empresa, os desafios enfrentados e as estratégias adotadas para reverter o cenário adverso. Durante a reunião, Lula reforçou o compromisso do governo em fortalecer os Correios como uma empresa pública essencial para o país.
Reestruturação Pós-Sucateamento
Desde o governo de Jair Bolsonaro, os Correios passaram por um período de sucateamento, agravado pela tentativa de privatização da estatal. A venda da empresa quase destruiu sua estrutura e deixou sequelas profundas, comprometendo serviços essenciais e desorganizando sua administração. Para recuperar a estatal, foi necessário investir pesadamente na modernização e reestruturação, resultando em um alto custo e comprometendo os recursos disponíveis em caixa.
Impacto das Compras Internacionais e Privatização
Fabiano Silva dos Santos destacou que dois fatores principais contribuíram para o déficit recorde de R$ 3,2 bilhões registrado em 2024:
- Taxação sobre compras internacionais – A nova alíquota federal de 20% sobre encomendas de até U$ 50 impactou diretamente as receitas da estatal, gerando um prejuízo de R$ 2,2 bilhões.
- Tentativa de privatização do governo Bolsonaro – O processo de desestatização iniciado na gestão anterior trouxe dificuldades operacionais e comprometeu o equilíbrio financeiro da empresa, quase inviabilizando sua continuidade.
O presidente dos Correios ressaltou que os números apresentados até o momento não representam o resultado final da empresa:
“O resultado prévio não é o resultado final, que será divulgado em março. Então têm mudanças e números que podem ser melhores para a empresa. Era uma empresa que estava para ser desestatizada. A prévia se refere a um contexto específico que foi a regulamentação, o compliance dado às compras internacionais, que teve impacto significativo na empresa, e também os precatórios que são frutos de gestões anteriores”, explicou Fabiano Silva dos Santos.
Medidas para Contenção de Gastos e Recuperação
Diante do cenário desafiador, o presidente dos Correios afirmou que diversas ações estão sendo implementadas para equilibrar as contas da estatal, incluindo:
- Redução de despesas e revisão de contratos;
- Concursos públicos para fortalecer o quadro de funcionários;
- Programas de reestruturação e incentivos;
- Aumento dos investimentos em infraestrutura e tecnologia.
Além disso, os trabalhadores dos Correios estão cobrando ações concretas para a recuperação total da empresa. Eles pressionam a direção da estatal e o governo federal para que os próximos passos sejam dados com agilidade, especialmente no lançamento do Banco Digital dos Correios e do Marketplace, iniciativas estratégicas para aumentar a competitividade e a receita da estatal.
Déficit das Estatais e a Situação dos Correios
Os números apresentados pelo Banco Central revelam que o setor público registrou um déficit de R$ 47 bilhões em 2024, o que equivale a 0,4% do PIB. Desse montante, as empresas estatais representaram um déficit de R$ 6,7 bilhões, sendo que os Correios responderam por cerca de 50% desse valor.
A ministra da Gestão e Inovação em Serviço Público, Esther Dweck, esclareceu que o déficit registrado pelas estatais não representa um "rombo", mas sim um reflexo dos investimentos feitos com recursos que já estavam em caixa. Segundo a ministra, muitas dessas empresas, incluindo os Correios, continuam lucrativas e estão apenas utilizando seus próprios fundos para crescer e melhorar seus serviços.
Reformulação e Expansão das Estatais
O governo federal vem implementando medidas para fortalecer as estatais. Em dezembro de 2024, foram editados três decretos voltados à modernização e ampliação das receitas dessas empresas. Atualmente, o Brasil conta com 44 companhias estatais, responsáveis por 5,75% do PIB e um lucro acumulado de R$ 197,8 bilhões.
Além disso, o investimento das empresas estatais cresceu 44% em 2024 em comparação com o ano anterior, totalizando R$ 96 bilhões. Os Correios fazem parte desse esforço de recuperação e devem continuar investindo para garantir sua sustentabilidade e a qualidade dos serviços prestados à população.
Perspectivas para o Futuro
Apesar do déficit significativo, a gestão da estatal acredita que as medidas adotadas resultarão em melhorias expressivas nos próximos anos. O presidente dos Correios reforçou seu compromisso em manter a empresa pública eficiente e competitiva, sem abrir mão de sua função social essencial para o Brasil.
Os próximos meses serão decisivos para a recuperação financeira da empresa, com novas estratégias sendo implementadas para garantir que os Correios voltem a operar com sustentabilidade e solidez no mercado. Os trabalhadores da estatal também seguem atentos e cobrando resultados concretos, especialmente em relação à implementação do Banco Digital e do Marketplace, iniciativas que podem garantir um novo fôlego financeiro para a empresa.
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