Os Correios, uma das empresas mais emblemáticas do Brasil, voltaram ao centro do debate político e econômico após a divulgação de um déficit de R$ 3,2 bilhões em 2024. O valor acendeu o alerta entre os defensores da privatização, mas o governo e especialistas apontam que o rombo é resultado de um sucateamento promovido na gestão passada e de investimentos necessários para recuperar a estatal.
O Passado de Sucateamento
Durante o governo Bolsonaro, os Correios foram incluídos no Plano Nacional de Desestatização, e a empresa sofreu cortes drásticos. Agências foram fechadas, investimentos em tecnologia e segurança foram reduzidos e os trabalhadores perderam direitos essenciais no Acordo Coletivo. O resultado foi um enfraquecimento operacional e financeiro da estatal.
De acordo com Fabiano Silva, presidente da empresa, a administração anterior deixou um passivo financeiro significativo, incluindo precatórios não pagos e defasagem tarifária de 74,12% entre 2018 e 2023. Essas perdas comprometeram o crescimento da estatal e impactaram sua receita.
Investimentos e Recuperação
Desde 2023, a atual gestão busca reverter o quadro com investimentos que somaram R$ 830 milhões apenas em 2024, um aumento de 9,2% em relação ao ano anterior. Segundo o governo, essas aplicações são essenciais para modernizar a empresa e torná-la mais competitiva.
Entre as estratégias anunciadas estão a criação de um banco digital, a expansão da atuação logística para o setor de saúde e o desenvolvimento de um marketplace próprio. "Estamos prontos para virar essa página e colocar os Correios de volta no caminho do crescimento", afirma Silva.
Privatização: Solução ou Prejuízo?
O déficit dos Correios reacendeu o debate sobre a privatização. Defensores argumentam que a estatal é "inchada e ineficiente", enquanto trabalhadores e especialistas rebatem essa tese. Segundo Emerson Marinho, da Fentect, a estrutura da empresa não é excessiva e precisa apenas de otimização.
A Adcap (Associação dos Profissionais dos Correios) também se posicionou, enfatizando que os Correios possuem um papel estratégico para o Brasil, gerando mais de 350 mil empregos diretos e indiretos e garantindo a integração do território nacional.
"Superávits e déficits são circunstanciais e não devem ser o único critério para avaliar a necessidade de privatização", afirma Roberval Borges, presidente da associação.
Futuro da Estatal
Apesar das dificuldades, o governo Lula segue firme na recuperação da estatal. A ministra da Gestão, Esther Dweck, destacou que não há um rombo nos Correios e que os investimentos estão sendo feitos com dinheiro em caixa, sem necessidade de aportes do Tesouro Nacional.
A resistência dos trabalhadores e da sociedade à privatização dos Correios se mantém forte. Agora, a discussão gira em torno de como otimizar a gestão e ampliar a rentabilidade da estatal, sem abrir mão de seu papel social fundamental para o Brasil.
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