No boletim “Primeira Hora” desta segunda-feira (12), a direção dos Correios comunicou uma série de medidas para conter gastos após um resultado negativo de R$ 2,6 bilhões no exercício de 2024.
Esse prejuízo, segundo a empresa, foi causado por:
- Queda nas encomendas internacionais (afetadas por mudanças no mercado);
- Aumento de gastos com precatórios (dívidas judiciais que precisam ser pagas);
- E com contingências judiciais (valores que a empresa precisa reservar para possíveis condenações futuras).
O plano emergencial prevê uma economia de até R$ 1,5 bilhão ainda em 2025, com cortes em diferentes áreas — inclusive no direito de férias dos trabalhadores.
🔎 Quais são as principais mudanças?
Veja o resumo das ações anunciadas:
🧾 1. Prorrogação do PDV
- As inscrições no Plano de Demissão Voluntária foram estendidas até 18 de maio de 2025.
- Os critérios para participar continuam os mesmos.
🕒 2. Redução de jornada para setores administrativos
- Trabalhadores de áreas administrativas poderão optar por reduzir sua jornada para 6 horas diárias (34 semanais).
- Com isso, haverá redução proporcional do salário.
- A medida é “voluntária”, mas em meio à crise, pode se tornar uma pressão disfarçada.
🔄 3. Transferência temporária para centros de tratamento
- Incentivo para que carteiros e atendentes comerciais sejam transferidos temporariamente para centros de tratamento.
- A vantagem oferecida: pagamento do adicional de atividade mais alto.
🧳 4. Suspensão temporária de férias
- Férias suspensas a partir de 1º de junho de 2025.
- A suspensão vale para férias referentes ao período aquisitivo de 2024/2025.
- As férias retornarão a partir de janeiro de 2026, segundo a empresa.
🏢 5. Corte de orçamento na sede
- Redução mínima de 20% no orçamento das funções administrativas da sede dos Correios.
🧍 6. Retorno ao trabalho presencial
- A partir de 23 de junho de 2025, todos os trabalhadores devem voltar ao trabalho presencial.
- Exceto quem estiver protegido por decisão judicial.
🩺 7. Mudanças nos planos de saúde
- Lançamento de novos modelos de plano de saúde, com previsão de economia de 30%.
- A rede credenciada será discutida com as representações sindicais.
🧳 E as férias, posso perder?
Não! Suas férias não serão canceladas — apenas adiadas. A empresa terá que respeitar os prazos legais.
Veja o que diz a CLT (art. 134):
Depois de 12 meses de trabalho, o empregador tem até mais 12 meses (prazo máximo de 23 meses no total) para conceder as férias.
Se ultrapassar esse prazo, deve pagar o valor das férias em dobro.
Exemplo prático:
- Se você completou 1 ano de empresa em março de 2025, a empresa pode adiar suas férias até fevereiro de 2026.
- Se ultrapassar esse limite, ela infringe a lei e deve pagar em dobro.
✈️ E quem já tem passagem comprada?
Se você já tem passagem ou hospedagem pagas e comprovadas, o SINTECT-SP orienta o seguinte:
- Abra um chamado no Help Desk dos Correios solicitando a manutenção das férias programadas;
- Anexe comprovantes de passagem, hospedagem, ou qualquer gasto já realizado;
- Caso a empresa negue, entre em contato com o sindicato.
O sindicato entrará com ação judicial para garantir o direito, mas somente para os trabalhadores filiados.
Portanto, é essencial estar sindicalizado!
🧠 Dúvidas frequentes (FAQ)
1. Posso ser forçado a reduzir minha jornada de trabalho?
Não. A redução para 6 horas é voluntária. Nenhum trabalhador pode ser obrigado.
2. A transferência para centro de tratamento é obrigatória?
Também não. A transferência é voluntária e temporária. Se aceitar, você pode receber um adicional mais vantajoso.
3. Posso ser impedido de tirar férias em 2026?
Não. A empresa só pode adiar até o limite legal de 23 meses após o período aquisitivo.
💬 Reflexão: E a gestão, quando será responsabilizada?
É louvável buscar soluções para recuperar a saúde financeira dos Correios. Mas sempre que surge uma crise, a resposta é a mesma: sacrificar os trabalhadores.
Enquanto isso:
- Não se vê revisão nos altos salários da diretoria;
- Não há cortes em contratos milionários com empresas terceirizadas;
- E não há responsabilização pelas decisões que afundaram a empresa.
Como diz o ditado popular: a corda arrebenta sempre do lado mais fraco.
Mas aqui no Mundo Sindical Correios, a gente segue vigilante, mobilizado e denunciando. A crise é real — mas não deve ser resolvida com injustiça.
📣 O que fazer agora?
✅ Verifique se você tem férias agendadas ou adquiridas;
✅ Reúna comprovantes de qualquer viagem marcada;
✅ Registre seu pedido via Help Desk se for o caso;
✅ Fale com o seu sindicato. E se ainda não for filiado, filie-se!
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Juntos somos mais fortes. Informação é poder!
✍️ Por Junior Solid
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