Nova aliança quer ocupar o espaço dos Correios
A Uber e a Loggi fecharam uma parceria que pode mudar o cenário das entregas no Brasil. As empresas lançaram o “Flash Nacional”, um serviço que permite envios para mais de 5.500 cidades brasileiras diretamente pelo app da Uber. A intenção é clara: competir com a logística dos Correios, oferecendo prazos mais curtos e uma nova opção para quem vende e compra pela internet.
Para o trabalhador dos Correios e demais categorias interessadas em logística e e-commerce, essa notícia acende o alerta. Estamos falando de gigantes da iniciativa privada entrando com força em um setor que historicamente foi dominado pela estatal.
Como funciona o Flash Nacional
O novo serviço começou a operar nas cidades de Curitiba e Campinas, com planos de expansão para outras 16 cidades nos próximos meses. A entrega é feita por meio da malha logística da Loggi — empresa especializada em tecnologia e distribuição — mas o pedido é realizado direto no app da Uber.
Além disso, os usuários poderão acompanhar o rastreamento das encomendas dentro do próprio aplicativo, com mais praticidade. O limite por pacote é de 30 kg com até 100 cm por lado — ideal para pequenas empresas, autônomos e e-commerces.
Por que isso afeta os Correios?
Nos últimos anos, os Correios enfrentam uma série de dificuldades: redução de investimentos, atraso nos repasses para o plano de saúde dos trabalhadores, sucateamento da frota e pressão pela privatização. Com esse cenário, o espaço para concorrentes crescer ficou ainda maior.
Agora, com Uber e Loggi firmando essa parceria estratégica, o desafio é manter a competitividade e a confiança da população nos serviços postais públicos.
Essa iniciativa privada também surge como resposta ao projeto Mais Correios, um marketplace que a estatal está para lançar e que busca recuperar espaço no comércio eletrônico.
Quem ganha e quem perde?
Para os pequenos empreendedores, a novidade pode ser positiva. Eles ganham mais uma opção de envio, com preços que prometem ser competitivos. Para os trabalhadores dos Correios, no entanto, o cenário é de preocupação: o risco de redução de mercado e pressão por mais produtividade sem estrutura tende a aumentar.
Além disso, a Loggi estima que o novo serviço possa representar até 10% da sua receita até 2026, mostrando que essa parceria veio para ficar — e disputar cada centavo do setor.
O que precisamos discutir
Mais uma vez vemos a força das big techs entrando em setores estratégicos com apoio da desregulamentação e da inovação tecnológica. Mas precisamos perguntar: quem regula esse novo mercado? Qual a garantia de qualidade, segurança e acessibilidade em áreas remotas? Os Correios, mesmo com suas falhas, ainda são os únicos a atender todo o território nacional.
O debate não pode ser apenas entre público e privado. É preciso pensar em logística como um direito essencial, especialmente para regiões afastadas que só os Correios alcançam hoje.
✍️ Por Junior Solid
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