Mais Correios: Salvação da Empresa ou Sinal de Alerta para os Trabalhadores?

Um novo tempo para os Correios?

O lançamento do Mais Correios, novo marketplace da estatal em parceria com a Infracommerce, foi anunciado como um passo moderno e necessário para a sobrevivência da empresa. A promessa é atrativa: dar espaço a pequenos vendedores, integrar a logística nacional e competir com gigantes do setor.

Mas, por trás do discurso de inovação, existe um ponto silencioso — e perigoso — que merece toda a atenção dos trabalhadores dos Correios.


Entregas terceirizadas: o que isso significa?

Segundo informações já divulgadas, a entrega dos produtos vendidos pelo Mais Correios será feita por meio de MOTs, ou seja, entregadores terceirizados.

Isso significa que, mesmo com a estrutura logística já existente e operada pelos trabalhadores concursados, a empresa está optando por um modelo de serviço externo.

A pergunta que fica é: por que a entrega desse novo serviço não está nas mãos dos próprios trabalhadores da casa?


A privatização silenciosa

Essa escolha abre caminho para um fenômeno conhecido no serviço público: a privatização por dentro. Ao criar um serviço moderno, lucrativo e com estrutura paralela à dos Correios, a direção pode, aos poucos, enfraquecer a importância do corpo efetivo da empresa.

O "Correios do Futuro", tão alardeado como solução, pode ser o fim das negociações coletivas como conhecemos hoje. Afinal, se o serviço mais rentável da empresa será operado por fora da CLT e dos acordos coletivos, o que restará para os trabalhadores concursados?


O fim das greves?

Se boa parte dos serviços da estatal for transferida para contratos com empresas terceirizadas, o poder de mobilização da categoria poderá ser drasticamente reduzido. Como fazer greve numa empresa onde os setores mais estratégicos já não dependem da força de trabalho efetiva?

A luta por direitos — como jornada justa, plano de saúde e reajustes salariais — pode se tornar mais difícil, pois a empresa sempre poderá dizer:

"Se não estão satisfeitos, temos outra equipe entregando..."


O que está em jogo

  • A permanência dos trabalhadores no centro da operação;
  • A continuidade das conquistas históricas da categoria;
  • O modelo de empresa pública com função social.


Conclusão: precisamos estar atentos

Modernizar é importante. Inovar é necessário. Mas isso não pode ser feito à custa da exclusão dos trabalhadores concursados, nem da destruição de direitos.

O Mais Correios precisa ser discutido com clareza, com participação da categoria e, principalmente, com a garantia de que os novos caminhos da empresa não se afastem dos seus verdadeiros construtores: os trabalhadores.


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✍️ Por Junior Solid

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