Deputados tentam posar de fiscalizadores, mas são os verdadeiros cúmplices da crise nos Correios

Parlamentares que defenderam o desmonte da estatal agora exigem explicações, mas continuam comprometidos com a agenda privatista.

A crise que atinge os Correios entrou oficialmente na mira do Congresso Nacional. Na última terça-feira (17), a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados aprovou cinco requerimentos voltados à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Os autores? Parlamentares que, em passado recente, defenderam abertamente a privatização da estatal e atacaram os trabalhadores da empresa.


Os deputados Kim Kataguiri (União Brasil-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlo Jordy (Novo-PA) agora se dizem preocupados com os rumos da empresa pública. Mas, como bem observa a FINDECT, essa nova postura não apaga a responsabilidade política que esses mesmos nomes têm na desestruturação dos Correios — um processo que se acentuou durante o governo Bolsonaro e continua sem um plano concreto de recuperação na atual gestão.


Os cinco requerimentos aprovados

Veja o que foi aprovado na CFFC:

  • Requerimento 213/2025 (Kim Kataguiri): Solicita audiência pública sobre a situação econômica e administrativa da ECT.
  • Requerimentos 227 e 238/2025 (Nikolas Ferreira): Pedem explicações sobre o suposto aumento salarial da alta cúpula dos Correios.
  • Requerimento 144/2025 (Nikolas Ferreira): Requer informações sobre contratos publicitários da empresa.
  • Requerimento 216/2025 (Carlo Jordy): Solicita esclarecimentos sobre o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado em 2024.


Quem ajudou a afundar os Correios agora cobra explicações

É fundamental denunciar a hipocrisia política desses parlamentares. Durante o governo anterior, defenderam o sucateamento da estatal, apoiaram cortes, fechamento de agências, desmonte de serviços e, principalmente, a proposta de privatização total dos Correios, embutida no PL 591/21 e em outras iniciativas legislativas do período.

Agora, esses mesmos deputados tentam capitalizar o caos que ajudaram a construir, posando como defensores da “transparência” e da “boa gestão”. O objetivo é claro: desgastar ainda mais a imagem da ECT, minando sua credibilidade pública e preparando o terreno para novas tentativas de entrega ao capital privado.


Gestão atual segue sem rumo

Enquanto isso, a atual gestão da ECT, sob o comando de Fabiano Silva dos Santos, também contribui para o agravamento da crise com decisões equivocadas, falta de transparência e ausência de um plano concreto de recuperação da estatal.

Entre os problemas denunciados pelos trabalhadores e pela FINDECT estão:

  • Atrasos com fornecedores e desorganização logística.
  • Falta de convocação dos aprovados no concurso público.
  • Aumento de salários para a diretoria, enquanto a base segue sem valorização.
  • Contratos publicitários milionários, mesmo com a empresa em grave crise financeira.
  • Falta de combustível, fechamento de agências e acúmulo de objetos nas unidades operacionais.


Trabalhadores resistem: privatização não é saída

A FINDECT e os sindicatos da categoria têm atuado com firmeza para reverter esse cenário. Além de denunciarem as contradições políticas desses parlamentares, os representantes dos trabalhadores vêm exigindo:

  • Abertura de diálogo com o governo federal.
  • Elaboração de um plano estratégico de recuperação da estatal.
  • Investimento público na modernização dos serviços.
  • Valorização e respeito à categoria, que sustenta o funcionamento da ECT mesmo sob precarização.


O povo precisa dos Correios públicos

Os Correios são essenciais para a integração nacional, especialmente em regiões onde o setor privado não tem interesse de atuar por não gerar lucro. A tentativa de transformar a empresa em sociedade de economia mista ou abrir ainda mais o mercado postal é um ataque direto ao direito de comunicação da população brasileira.

A sociedade precisa estar atenta. O mesmo Congresso que hoje aprova requerimentos “investigativos” já aprovou, semanas atrás, o fim do monopólio postal. É um movimento articulado para deslegitimar a empresa e justificar sua venda, com apoio direto desses parlamentares que hoje se apresentam como fiscalizadores.


✍️ Por Junior Solid

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