Em 2008, os Correios implementaram um novo Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), com o objetivo de substituir o plano anterior de 1995. No entanto, a falta de consenso entre a empresa e os representantes dos trabalhadores, bem como as subsequentes ações judiciais, levantaram questões sobre a eficácia e justiça do novo plano.
Principais Alterações do PCCS 2008
O PCCS de 2008 trouxe várias mudanças significativas:
- Unificação de Cargos: Todos os cargos de nível médio (carteiro, atendente, OTT e assistentes administrativos) foram consolidados em um único cargo, denominado "agente de correios"
- Carreira: Para o nível médio, o plano introduziu o crescimento horizontal (mudança de atividade dentro do cargo) e o crescimento vertical (progressão para técnico e, finalmente, especialista de Correios).
- Salários: As referências salariais foram reduzidas de 5% para menos de 2% para progressões por antiguidade ou mérito, e foram eliminadas as referências aplicadas por incentivo escolar (PIE).
Implementação e Controvérsias
A aplicação do PCCS pela empresa revelou-se problemática. As reduções salariais e mudanças na nomenclatura dos cargos foram feitas conforme a conveniência da empresa. Apesar da pressão dos trabalhadores, a empresa fez mudanças na atribuição de atividades apenas com opção do trabalhador, mas não conseguiu implementar o crescimento na carreira devido a denúncias do Ministério Público do Trabalho (MPT). As ações judiciais revelaram um cenário confuso, com dois PCCS coexistindo e gerando prejuízos para os trabalhadores.
Mudanças Arbitrárias Recentes
Em 11/07, a Vice-Presidência de Gestão de Pessoas dos Correios (VIGEP) anunciou novas alterações no PCCS, permitindo mudanças de atividade de forma unilateral. Esta mudança inclui a transferência de atividades de carteiro para atendente e vice-versa, com base em necessidades da empresa. A empresa justifica que essas mudanças visam garantir a empregabilidade, embora essas alterações possam resultar em uma redução no efetivo e possíveis demissões em massa.
Impactos das Indicações Políticas
A gestão dos Correios tem enfrentado problemas relacionados ao apadrinhamento político. Em vez de adotar um PCCS que promova o crescimento e a valorização dos trabalhadores, a empresa tem utilizado funções gratificadas e indicações políticas para preencher cargos, muitas vezes com indivíduos não qualificados. Isso não só prejudica a moral dos trabalhadores, mas também compromete a transparência e a eficiência da administração.
A Necessidade de Revisão Urgente
É essencial revisar o PCCS para garantir que ele beneficie todos os trabalhadores. Deve-se negociar com as representações sindicais para implementar medidas que assegurem a correção dos salários, definam claramente os cargos e atribuições e promovam o crescimento interno através de seleções justas e transparentes. A valorização de todos os níveis de trabalho é crucial para a saúde e a estabilidade da empresa.
Conclusão
Para garantir um futuro sólido para os Correios, é vital que se adote um PCCS justo e eficiente, que promova a equidade e o crescimento dentro da empresa. A revisão do plano deve ser feita com participação ativa dos trabalhadores e garantir a transparência em todos os processos.
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