Correios lançam chamamento “voluntário” para CTs e deve aprofundam o caos nas unidades

 No dia 15 de maio de 2025, a direção dos Correios comunicou uma nova “solução” para os problemas operacionais da empresa: um chamamento voluntário e temporário de carteiros e atendentes comerciais para atuarem nos Centros de Tratamento (CTs), por até 180 dias, sem mudança de domicílio.

A proposta, vendida como uma chance de “desenvolvimento profissional” e “vivência de novas rotinas”, na prática escancara mais uma tentativa de empurrar a crise dos Correios nas costas de quem ainda sustenta a empresa: o trabalhador efetivo, adoecido, envelhecido e sobrecarregado.


Sai de um buraco e aprofunda outro

A movimentação de carteiros e atendentes das unidades para os CTs pode até aliviar, momentaneamente, a carência de pessoal nos centros de tratamento. Mas a pergunta óbvia é: quem vai cobrir o rombo deixado nas unidades de origem?

Não há mistério: as agências e centros de distribuição, já sufocados, vão ficar ainda mais fragilizados. A medida apenas transfere o problema de lugar, deixando as unidades com menos gente para atender ao público, distribuir cartas, encomendas e manter o mínimo de funcionamento.

Ou seja: o caos só muda de endereço.


Trabalhadores esgotados e envelhecidos: quem aguenta mais?

A realidade é dura. Não há concursos públicos há mais de uma década. O último, realizado em 2024, ainda não teve os aprovados convocados. Enquanto isso, o que se vê nos corredores dos Correios são trabalhadores com décadas de serviço, muitos já doentes física e mentalmente, sendo esticados ao limite.

A direção da empresa parece ignorar o óbvio: quem está na ativa hoje já carrega nas costas a sobrecarga de anos de desmonte, demissões, terceirização e falta de investimentos. São profissionais adoecidos, cansados, muitos próximos da aposentadoria, sendo convocados agora a “ajudar” em outro setor.

A pergunta que fica é: até quando vão conseguir resistir sem quebrar de vez?


R$ 84 milhões em “economia” = prejuízo humano

O ofício afirma que a iniciativa pode gerar uma economia de até R$ 84 milhões em seis meses, com a redução da mão de obra terceirizada nos CTs. Mas esse número tem um custo alto, que não aparece na planilha da direção: a saúde do trabalhador.

A economia da empresa é construída com sacrifício humano, num momento em que a base funcional já está fragilizada e sem reposição. Se não há concursos, não há futuro. Se não há valorização, só há adoecimento.


Falta de diálogo, excesso de imposição

Mais uma vez, uma mudança de impacto profundo é anunciada sem qualquer diálogo com as entidades sindicais. A alegada “transparência” da proposta só existe no papel: os trabalhadores não foram ouvidos, apenas informados.


Conclusão: a conta da má gestão sempre sobra para quem trabalha

A direção dos Correios empurra um plano que pode até parecer técnico, mas que na prática representa mais uma pedalada operacional, transferindo mão de obra daqui para ali, sem resolver o problema estrutural da empresa: a falta de concursos, a falta de respeito com os trabalhadores e o desmonte contínuo do serviço público postal.

A quem interessa essa “solução temporária”?

Certamente não é a quem está no balcão, no guichê ou na rua com a sacola nas costas.


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Só a mobilização coletiva pode barrar mais esse retrocesso e garantir condições dignas para quem faz os Correios existirem de verdade: as(os) trabalhadoras(es).


✍️ Por Junior Solid

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