Decreto 12.774/2025: o que muda para os Correios e por que o governo criou novas regras para estatais em crise

O governo federal publicou, no dia 9 de dezembro, o Decreto nº 12.774/2025, que altera o marco regulatório das estatais e cria um mecanismo mais rígido — e ao mesmo tempo mais flexível — para lidar com empresas públicas que enfrentam risco de desequilíbrio financeiro. Na prática, o decreto abre caminho para que estatais como os Correios apresentem um plano de reequilíbrio econômico-financeiro e possam, caso necessário, receber apoio da União por meio de aportes ou garantias em operações de crédito.

A mudança tem impacto direto no debate sobre o futuro dos Correios, especialmente diante da discussão sobre um possível empréstimo de R$ 20 bilhões com aval da União.


O que o decreto realmente faz

O principal ponto do decreto é a criação do artigo 18-A, que permite que estatais “não dependentes” — como os Correios — apresentem um plano de reequilíbrio antes mesmo de se tornarem oficialmente dependentes do Tesouro. É um movimento preventivo.

Esse plano precisa detalhar:

  • projeção de receitas e despesas;
  • necessidade de aportes da União, se houver;
  • possíveis operações de crédito com garantia da União;
  • metas e cronograma para recuperar o equilíbrio financeiro.

O plano só será aprovado depois de um processo de múltiplas etapas:

  1. análise pelos Conselhos da própria estatal;
  2. avaliação técnica e aprovação do ministério supervisor;
  3. decisão final da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa).

Depois disso, a execução é monitorada semestralmente, para verificar se as metas estão sendo cumpridas.


Por que essa mudança importa para os Correios

O texto abre a possibilidade para que os Correios — mesmo sendo classificados como “não dependentes” — possam acessar apoio financeiro baseado em um plano de reestruturação, e não apenas em resultados já deteriorados.

Isso cria duas portas importantes:

  • porta 1: aval da União para empréstimos de grande porte;
  • porta 2: possibilidade de aporte direto, desde que vinculado a metas claras.

Ou seja: o decreto não é exclusivo para os Correios, mas permite juridicamente que a empresa peça a garantia soberana em uma operação de crédito — algo que alguns blogs e portais já associaram ao possível empréstimo de R$ 20 bilhões.


O lado positivo e os riscos

Pontos positivos

  • Permite agir antes que a estatal entre em colapso financeiro.
  • Cria um processo formal e transparente de análise técnica.
  • Exige metas e monitoramento contínuo.
  • Reforça a governança e evita decisões improvisadas.

Riscos e atenção

  • A porta para ajuda financeira pode estimular futuras dependências se não houver rigor.
  • A aprovação pode virar disputa política entre ministérios.
  • Caso o plano falhe, a União assume o prejuízo.
  • Exige acompanhamento real — não apenas no papel.

O que isso significa para os trabalhadores dos Correios

Para a categoria, o decreto representa uma mudança estrutural importante:

  • abre espaço para investimentos e reorganização;
  • cria uma base legal para discutir reestruturação sem privatização;
  • aumenta o controle do governo sobre a gestão financeira;
  • mas também pode vir associado a metas duras de ajuste, cortes e mudanças internas.

Em um momento de crise e de rumores sobre reestruturação, o decreto reforça que qualquer socorro financeiro ao Correios terá de vir acompanhado de planejamento, metas e prestação de contas.


✍️ Por Junior Solid

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