Correios na mira da política: disputa por cargos ameaça gestão e trabalhadores

Lula e Alcolumbre discutem presidência dos Correios; União Brasil quer o comando da estatal

Os Correios voltaram ao centro das disputas políticas em Brasília. Segundo apuração do portal iG, o presidente Lula (PT) deve se reunir com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) nos próximos dias para tratar da presidência da empresa pública. Em troca de apoio político, o União Brasil quer indicar um nome para assumir o comando da estatal.

Com um déficit bilionário registrado nos últimos anos — R$ 2,6 bilhões só em 2024 —, os Correios enfrentam um momento delicado. A direção atual tenta implementar cortes e buscar parcerias, mas agora a situação pode ganhar um novo rumo, influenciado diretamente pelas negociações políticas no Congresso.


Troca de cargos por apoio no Congresso

A estratégia é antiga: para garantir governabilidade, o Planalto entrega cargos estratégicos a partidos da base. A novidade é que, desta vez, os Correios estão na mesa de negociação. O União Brasil quer o controle da estatal como forma de manter sua força no governo e nas articulações de 2026. Em troca, promete apoiar votações importantes ou ao menos evitar obstruções.

O problema é que essa movimentação coloca em risco a estabilidade da gestão dos Correios, que deveria ser técnica e voltada à recuperação da empresa, e não submetida a interesses partidários.


E os trabalhadores?

Para os trabalhadores, o cenário levanta preocupações. Se o comando da estatal cair nas mãos de um partido cujo foco é político e não técnico, existe o risco de medidas duras:

  • Corte de pessoal para “enxugar” a folha de pagamento;
  • Mais pressão por produtividade, sem contrapartida em estrutura ou condições de trabalho;
  • Privatização indireta, por meio de concessões, terceirizações ou parcerias que esvaziam a função pública da empresa.

O receio é que a empresa vire apenas uma “moeda de troca”, e que decisões importantes — como investimento, contratações ou plano de saúde — fiquem em segundo plano.


É possível outro caminho?

Apesar das pressões, há também uma chance de reestruturação com apoio do governo federal, desde que haja compromisso com a função pública dos Correios. Um comando com responsabilidade social e diálogo com os trabalhadores pode ajudar a recuperar a empresa com investimento, inovação e valorização do quadro funcional.

Mas tudo dependerá de quem for nomeado e quais interesses irá priorizar.


Conclusão

A disputa por cargos nos Correios expõe o quanto o sistema político ainda interfere em empresas públicas estratégicas. Os trabalhadores precisam estar atentos e organizados, para que não paguem a conta de decisões feitas a portas fechadas.

Neste momento, o que está em jogo não é apenas uma presidência, mas o futuro da estatal e o papel social dos Correios no país.


✍️ Por Junior Solid

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