Presidente responde a trabalhadores durante desfile de 2 de Julho na Bahia
Durante o tradicional desfile cívico de 2 de julho, em Salvador (BA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar publicamente sobre os Correios. Desta vez, em resposta a trabalhadores que protestavam contra a privatização da empresa, Lula foi direto: “Não está nos nossos planos privatizar os Correios”.
A declaração foi feita enquanto o presidente caminhava pelas ruas do Centro Histórico de Salvador, acompanhado por ministros e lideranças políticas. O posicionamento foi aplaudido por carteiros e outros trabalhadores presentes no ato, que vestiam camisetas e empunhavam faixas em defesa da estatal.
Declaração reforça compromisso com os Correios públicos
A fala de Lula reforça uma decisão já tomada no início do seu terceiro mandato, quando retirou oficialmente os Correios do Programa Nacional de Desestatização. Desde então, o governo vem sinalizando que pretende manter a empresa pública, mesmo diante das dificuldades financeiras enfrentadas.
Em 2024, os Correios registraram um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, e apenas no primeiro trimestre de 2025 as perdas já somam R$ 1,7 bilhão, segundo dados divulgados pela imprensa. Ainda assim, o governo federal demonstra que não pretende entregar o controle da empresa para a iniciativa privada.
A preocupação dos trabalhadores
Nos últimos anos, trabalhadores dos Correios têm manifestado preocupação com o risco de privatização, principalmente após as tentativas feitas durante o governo Bolsonaro. A ideia de vender a estatal gerou medo de demissões em massa, cortes de direitos e o fim do atendimento em regiões mais afastadas do país.
Com a fala de Lula, muitos servidores sentiram alívio. “É importante saber que o presidente nos ouviu. Queremos os Correios funcionando bem, com valorização dos trabalhadores e presença em todo o Brasil”, disse um sindicalista presente na caminhada.
Desafio: manter a empresa pública e eficiente
Apesar da promessa de não privatizar, o desafio do governo agora é garantir a sobrevivência financeira da empresa. Especialistas apontam que os Correios precisam urgentemente de investimentos em tecnologia, modernização da logística e revisão de processos internos.
Algumas propostas discutidas por representantes dos trabalhadores incluem:
- Fortalecer parcerias com outras estatais e com pequenos negócios locais;
- Expandir serviços como o banco postal;
- Rever a estrutura administrativa sem comprometer direitos trabalhistas;
- Buscar alternativas à lógica do “enxugamento da folha”.
Conclusão
Com a declaração feita em Salvador, Lula envia um recado claro: os Correios continuarão sendo uma empresa pública. No entanto, isso por si só não resolve os problemas enfrentados pela estatal. Para garantir sua continuidade, será necessário mais que palavras — será preciso ação, investimento e diálogo com quem mantém a empresa de pé todos os dias: os trabalhadores.
✍️ Por Junior Solid
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