Mais Correios entra no e-commerce, mas precisa de mais para competir com as gigantes

Correios lançam site de compras com mais de 500 mil produtos, mas frete grátis, cupons e apoio aos pequenos negócios ainda são pontos críticos.

No início de julho, os Correios anunciaram oficialmente a criação do Mais Correios, uma nova plataforma de compras online com mais de 500 mil produtos disponíveis para entrega em todo o Brasil. A iniciativa faz parte do projeto “Correios do Futuro”, que tenta modernizar a estatal e diversificar suas fontes de receita.


Apesar de ser um passo importante para enfrentar o déficit financeiro - que bateu R$ 1,72 bilhão apenas no primeiro trimestre de 2025 - o lançamento precisa mais do que boas intenções para ser competitivo.


Frete grátis e cupons: o básico para entrar na guerra do e-commerce

No atual cenário de comércio eletrônico, frete grátis não é mais um diferencial: é o mínimo esperado pelo consumidor. Plataformas como Shopee e Mercado Livre já oferecem frete sem custo mesmo em compras pequenas, além de cupons generosos para atrair novos usuários.

Se o Mais Correios quiser entrar na briga de verdade, precisa oferecer essas vantagens de imediato. Do contrário, corre o risco de virar um “shopping vazio” no meio de um mercado que já tem nomes consolidados e agressivos.


A força está nos pequenos negócios

Outro ponto fundamental é a abertura da plataforma para médios e pequenos empreendedores. Até agora, o Mais Correios está operando com grandes varejistas, mas promete liberar o cadastro de MEIs e pequenas lojas a partir de agosto.

Atrasar essa etapa pode ser um erro estratégico. É justamente nos pequenos comerciantes que o consumidor encontra preços mais acessíveis, produtos variados e atendimento mais próximo. Além disso, esses vendedores precisam da logística dos Correios para alcançar regiões onde grandes empresas não chegam.

Com apoio técnico, divulgação e boas condições para quem quer vender, os Correios podem transformar seu marketplace num espaço popular e inclusivo, que gere renda e aqueça a economia local.


Parcerias com empresas chinesas: oportunidade de ouro

Se quiser expandir rápido e garantir produtos baratos no catálogo, o Mais Correios também deve buscar parcerias com grandes fornecedores internacionais, especialmente da China.

Marcas como AliExpress, Shein ou Temu já têm público fiel no Brasil. Se os Correios fecharem contratos inteligentes com esses fornecedores, podem se tornar um canal nacional de distribuição com menos burocracia e mais rapidez, aproveitando sua própria malha logística.


O potencial está aí. Mas vai precisar ousar.

Não há dúvida de que o Mais Correios é um projeto com potencial. A estatal tem estrutura, nome consolidado e presença física em praticamente todas as cidades brasileiras. Mas isso não basta.

Para que a iniciativa dê certo, será preciso:

  • Oferecer frete grátis competitivo;
  • Criar uma política de cupons e promoções semanais;
  • Acelerar a entrada dos pequenos empreendedores;
  • Buscar parcerias internacionais estratégicas;
  • E investir numa comunicação direta com o povo trabalhador, que precisa de preços acessíveis e segurança na compra.

Como sempre, quem vai decidir o sucesso ou fracasso dessa nova fase dos Correios é o próprio povo — mas a empresa precisa fazer sua parte e disputar mercado de igual para igual.


✍️ Por Junior Solid

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1 Comentários

  1. Mais Correios foi mal planejado, deviam ter lançado com um sistema para encontrar produtos no mesmo estado e cidades próximas ao do cliente, assim os fretes seriam bem baixos e iria fomentar o comércio localizado.
    Hoje você procura por exemplo uma simples panela e o site te mostra uma lá de São Paulo com um frete absurdo com você morando no Nordeste, quando poderia te mostrar uma da mesma cidade ou estado com frete baixo e entrega bem mais rápida.

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