Reunião com Superintendência: SINTECT-SP leva denúncias sobre precarização e cobra respostas dos Correios

Na última segunda-feira, 21 de julho de 2025, representantes do SINTECT-SP, incluindo o presidente Elias Diviza, participaram de uma reunião com a Superintendência dos Correios em São Paulo, localizada no Jaguaré. O encontro foi solicitado pelo sindicato diante de uma série de denúncias e reclamações vindas diretamente das unidades operacionais da capital e região metropolitana.

Durante a reunião, foram apresentadas pautas que refletem problemas estruturais, operacionais e de segurança, que, segundo o sindicato, vêm afetando diretamente a categoria.


🔐 Segurança: sindicato pede manutenção de escoltas armadas

Uma das principais preocupações levadas à Superintendência diz respeito à possível redução das escoltas armadas em rotas de transporte de carga. As escoltas são utilizadas para proteger veículos dos Correios que transportam objetos de alto valor — como eletrônicos, cartões e remessas bancárias — em regiões consideradas de risco.

Exemplo: Houve relatos recentes de tentativas de roubo a caminhões que circulavam sem escolta. O temor é que o corte dessa proteção, se confirmado, exponha trabalhadores a situações perigosas, além de comprometer a segurança das encomendas.


🏚️ Estrutura das unidades: prédios alugados com problemas crônicos

Outro ponto discutido na reunião foram os problemas relacionados aos imóveis alugados pela ECT, que abrigam centros de distribuição e agências. Segundo o sindicato, há falta de manutenção, infiltrações, banheiros quebrados e risco de interdição.

Exemplo: No CDD Lapa, por exemplo, trabalhadores apontam goteiras sobre as bancadas, paredes com mofo e banheiros frequentemente inutilizáveis. A situação teria se agravado com a demora na renovação contratual entre a empresa e o proprietário do imóvel.


🚚 Terceirização na frota: más condições e denúncias

A frota de motoristas terceirizados, responsável por boa parte do transporte de cargas da estatal, também foi foco de discussão. O sindicato apresentou casos de motoristas com jornadas excessivas, veículos em mau estado de conservação, e relatos de atraso de pagamento e ausência de benefícios básicos.

Exemplo: Em centros como o CD Cambuci, há denúncias de que motoristas estão dirigindo por mais de 12 horas seguidas, sem diárias, em veículos com pneus desgastados, o que coloca em risco a segurança de todos.


📦 Entrega unificada: pressão sobre carteiros e queda na qualidade

A política de entrega unificada adotada pelos Correios também foi alvo de críticas. Nessa modalidade, os carteiros deixam de ter um setor fixo e passam a ser deslocados conforme a carga do dia, o que gera desorganização e dificuldades operacionais.

Exemplo: Um carteiro que costuma atuar na Vila Matilde pode, em um mesmo mês, ser enviado para bairros distintos, como Tatuapé ou Sé, sem familiaridade com os trajetos ou estabelecimentos locais. A mudança constante de setor, segundo relatos, tem gerado erros de entrega, atrasos, estresse e insatisfação da população.


👷🏽‍♂️ Terceirizados nos CTEs: denúncias de precarização

A situação dos trabalhadores terceirizados que atuam nos centros de tratamento também foi discutida. Segundo o sindicato, há casos de falta de equipamentos de proteção, atraso no pagamento de salários e denúncias de assédio moral por parte de chefias terceirizadas.

Exemplo: No CTE Jaguaré, terceirizados relataram estar sem acesso a vestiários e refeitórios adequados, além de realizar atividades pesadas sem os devidos EPIs. Alguns afirmam não ter contrato formalizado, o que fere diretamente a legislação trabalhista.


❗ Ambiente interno: pressão e assédio nas unidades

Apesar de não ser pauta oficial, o sindicato também relatou à Superintendência um aumento na pressão por metas, com ameaças de advertência e relatos de assédio moral em algumas unidades.

Exemplo: No CDD Penha, trabalhadores relataram que têm sido cobrados a cumprir metas inviáveis de entrega, mesmo diante da falta de veículos, excesso de carga ou falhas no sistema logístico.


📌 Conclusão

A reunião entre o SINTECT-SP e a Superintendência dos Correios em São Paulo revelou um cenário preocupante nos bastidores da estatal: unidades sucateadas, trabalhadores terceirizados em situação vulnerável, insegurança nas ruas e pressão interna crescente.

Ainda não há informações oficiais sobre quais providências serão tomadas pela empresa, mas o encontro reforça a necessidade de diálogo institucional, fiscalização das condições de trabalho e valorização do quadro funcional — celetista ou terceirizado.

Em meio à retomada de negociações do Acordo Coletivo e debates sobre o futuro dos Correios como empresa pública, situações como as relatadas reforçam a importância de ouvir quem está na linha de frente.

Fonte: SINTECT-SP
Link oficial: https://www.sintect-sp.org.br/sintectsp-cobra-solucoes-superintendencia-condicoes-trabalho


✍️ Por Junior Solid

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