A Defensoria Pública da União (DPU) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) firmaram um acordo homologado pela Justiça Federal em 5 de novembro de 2025, garantindo entregas alternativas de encomendas em áreas classificadas como “restritas” na Região Metropolitana de São Paulo.
Essas chamadas Áreas de Restrição de Entrega (ARE) não impedem o carteiro pedestre de trabalhar normalmente com cartas e objetos leves. O problema está nas encomendas transportadas em veículos — especialmente carros — que, por motivos de segurança, não conseguem acessar determinadas regiões.
As novas modalidades de entrega
O acordo prevê três alternativas principais:
- Contratação de prestadores locais (via Sistema de Registro de Preços) para atuar nas entregas em áreas de risco veicular.
- Instalação de terminais de autoatendimento, onde o cliente poderá retirar sua encomenda com QR Code ou código de acesso.
- Parcerias com microempreendedores (MEI) para garantir entregas domiciliares seguras e mais próximas do cliente.
A ECT deverá ainda tornar públicos os critérios de restrição e detalhar como essas modalidades funcionarão, garantindo transparência e acompanhamento social.
A visão do trabalhador: o risco está nas quatro rodas
O problema maior não é o trabalho do carteiro pedestre, mas o transporte das encomendas por veículos oficiais dos Correios. Em São Paulo, empresas privadas têm conseguido entrar em regiões onde o carro amarelo não passa — e aí começa a comparação injusta.
“O carro dos Correios chama muita atenção dos bandidos. Enquanto o entregador privado passa despercebido, o veículo oficial vira alvo fácil”.
Essa diferença explica por que certas áreas permanecem restritas aos veículos da ECT — não por descaso, mas por proteção à vida dos trabalhadores.
O impacto na imagem da empresa
Com o novo acordo, a ECT mostra que é possível manter o serviço público mesmo em áreas de risco, utilizando rotas e estruturas alternativas. Essa medida pode melhorar a imagem da empresa perante a população, mostrando que os Correios estão presentes onde o Estado precisa estar — com responsabilidade e segurança.
Mais do que logística, trata-se de reafirmar a missão social da ECT, que continua garantindo o acesso universal ao serviço postal, sem abandonar quem vive nas periferias.
Um avanço que exige vigilância sindical
A adoção de alternativas é um passo importante, mas é preciso acompanhar de perto para que não se transforme em porta aberta para terceirização e precarização. É papel das entidades sindicais garantir que o trabalhador da ECT não seja substituído, mas protegido — e que a empresa continue sendo sinônimo de serviço público eficiente e humano.
Conclusão
O acordo entre DPU e Correios marca uma tentativa de equilibrar segurança e universalidade: proteger vidas sem deixar comunidades desassistidas. Com isso, a ECT dá um passo importante rumo à modernização responsável — aquela que se adapta sem abrir mão de sua essência pública.
💬 E você, carteiro ou motorista dos Correios, já trabalhou em área restrita? O que pensa dessas novas medidas? Conte sua experiência nos comentários!
✍️ Por Junior Solid
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