A carta que confirma o impasse
Os Correios enviaram à FENTECT a Carta nº 62081914/2025 – GERT/DEREO, datada de 13 de novembro de 2025, comunicando oficialmente que não existe viabilidade econômico-financeira para reeditar o ACT 2024/2025 nos mesmos moldes. É aquele clássico movimento que atravessa décadas: quando o cenário aperta, a empresa recua justamente onde os trabalhadores mais precisam de segurança.
O documento responde à 12ª reunião de negociação, realizada no dia 30 de outubro, quando a empresa havia prometido um posicionamento “em momento oportuno”. Pois bem: o momento chegou — e chegou com um “não”.
O conteúdo central da carta
Segundo a empresa:
- A reedição integral do ACT não será possível devido ao cenário econômico-financeiro dos Correios.
- As cláusulas econômicas e de benefícios, previstas para discussão nos dias 18 e 19, não serão tratadas agora.
- A empresa irá apenas manter a revisão das cláusulas já acordadas, focadas em ajustes administrativos — sem impacto financeiro.
- As negociações seguem abertas, mas sem previsão de quando a parte econômica será apresentada.
É o velho jogo de empurrar com a barriga, tão tradicional quanto as caminhadas intermináveis de carteira na década de 80: muda a época, muda o uniforme, mas certas táticas seguem iguais.
O significado estratégico desse movimento
Essa carta não é apenas uma formalidade — ela sinaliza a estratégia da direção:
- Ganhar tempo.
- Evitar assumir qualquer compromisso financeiro neste momento.
- Reabrir margem para reduzir direitos ou apresentar proposta abaixo da inflação.
O alerta é claro: quando a empresa abre mão da reedição integral, ela abre a porta para mexer em pontos sensíveis do ACT, e isso exige mobilização e acompanhamento firme das federações.
E o que esperar agora?
Com a negativa formalizada, os próximos dias serão decisivos. A FENTECT terá de reagir politicamente. As reuniões dos dias 18 e 19 devem ocorrer, mas limitadas às cláusulas “leves”, sem impacto no bolso — o que não resolve a vida de nenhum trabalhador.
Se a empresa continuar prorrogando, cresce o risco de as negociações escorregarem para dezembro, criando um cenário confortável para a ECT e dramático para a categoria.
A história mostra que, quando a empresa empurra demais, os trabalhadores respondem com unidade. E, olhando para frente, é esse espírito que sempre manteve os Correios de pé.
Conclusão
A carta 62081914 é uma sinalização direta: a empresa não pretende repetir o ACT atual. Sem proposta econômica e com a agenda empurrada para frente, o cenário exige atenção, transparência e ação coletiva.
O momento pede firmeza. E pede, também, a velha tradição de luta aliada à visão de futuro que sempre caracterizou os trabalhadores dos Correios.
✍️ Por Junior Solid
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