Os últimos dias foram marcados por um movimento decisivo na novela financeira envolvendo os Correios. A estatal buscava um empréstimo de R$ 20 bilhões para reforçar sua liquidez imediata, garantir o funcionamento básico e seguir adiante com as ações de recuperação interna. No entanto, a operação foi travada pelo Tesouro Nacional, que barrou as condições exigidas pelos bancos — e não sem motivo.
Nesta matéria, destrinchamos os quatro pontos essenciais desse impasse: o empréstimo, os juros abusivos, a recusa do Tesouro e uma análise final direta ao ponto.
O empréstimo bilionário: o fôlego que a estatal precisava
O crédito de R$ 20 bilhões não é extravagância, tampouco aventura financeira. É uma medida emergencial para garantir:
- pagamento de fornecedores e compromissos imediatos;
- continuidade dos serviços pós-crise;
- avanço da reestruturação administrativa;
- recomposição mínima do equilíbrio financeiro.
Sem esse aporte, a estatal segue patinando no curto prazo — e isso todos os trabalhadores sentem na pele.
Os juros abusivos: quando o mercado vê oportunidade na necessidade
A polêmica central está justamente no custo do crédito. Os bancos tentaram impor uma taxa acima de 120% do CDI, chegando a patamares próximos de 136%.
Aqui mora o absurdo: o empréstimo teria garantia total do Tesouro. Ou seja, risco quase zero para os bancos.
Quando o risco desaparece, o juro deve cair. Esse é o princípio básico. Cobrar mais caro numa situação dessas não é “precificação de mercado”. É oportunismo. Pura e simples tentativa de lucrar sobre a fragilidade momentânea de uma empresa pública estratégica.
A recusa do Tesouro Nacional: um freio necessário
Diante dessa tentativa de impor juros fora do limite permitido, o Tesouro fez o que precisava: barrou a operação.
A regra é clara: operações com garantia do Tesouro não podem ultrapassar 120% do CDI.
Com a recusa, o Tesouro:
- protegeu o dinheiro público;
- evitou amarrar os Correios a um contrato injusto;
- reforçou que o patrimônio estatal não é balcão de lucro fácil para banco nenhum.
Foi uma decisão técnica, responsável e necessária.
Opinião: se tem garantia do Tesouro, juro tem que ser baixo. Simples assim.
Como dito, a lógica é direta: com garantia do Tesouro, os bancos não têm motivo para cobrar acima de 120%. O que tentaram fazer foi transformar a necessidade dos Correios em lucro privado — e lucro garantido, sem risco.
A recusa do Tesouro foi correta. Aceitar aquela taxa seria um duplo prejuízo: para a estatal e para todos nós, contribuintes.
Os Correios precisam de crédito? Precisam. Mas precisam de crédito justo, responsável e compatível com seu papel social. Não de operações predatórias mascaradas de “ajuda”.
Interesse público e Interesse bancário
O episódio expõe o conflito clássico entre interesse público e interesse bancário. Os Correios seguem necessitando do empréstimo, mas não a qualquer custo. O Tesouro fez o que era certo, e agora resta encontrar uma alternativa que garanta liquidez sem entregar a estatal à ganância financeira.
E como sempre: quem está na ponta — o trabalhador — sente as consequências das decisões erradas. Por isso, a discussão é urgente e a vigilância, permanente.
✍️ Por Junior Solid
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